Para a maioria dos empreendedores, contratar os primeiros funcionários é um dos maiores objetivos. Ver a empresa se formando e a equipe crescendo é um indicador de que o empreendedor está trabalhando de forma correta e tocando o seu negócio com visão e seriedade.

Mas transformar esse objetivo em realidade requer alguns cuidados para evitar dores de cabeça, como seguir à risca, todos os direitos trabalhistas, e para acompanhar todos os gastos com funcionários, os empreendedores fazem uso da folha de pagamento.

A folha de pagamento é uma excelente ferramenta de gestão financeira, e serve para determinar o valor final que será recebido por cada funcionário. Outra função dessa ferramenta é listar 100% dos gastos  com a equipe e auxiliar o empreendedor no cumprimento das obrigações fiscais e trabalhistas.

O valor final recebido por um funcionário é uma soma de dois fatores: salário-base e variáveis. A folha de pagamento é composta pelo salário-base, mas também pode conter diversas variáveis que afetam o valor final recebido pelo funcionário. Essas variáveis incluem valores pagos ou descontados, como benefícios, impostos, descontos, entre outros.

Vale notar que esses valores podem mudar ao longo do tempo, por exemplo, quando um funcionário adquire uma nova responsabilidade dentro da empresa, ele pode ter direito a um aumento salarial que irá impactar tanto o salário-base quanto as variáveis.

Por isso, é extremamente importante manter contato direto com a sua contabilidade, pois ela te ajudará a revisar e verificar se todos os valores estão certos e, caso haja algum erro, ele poderá ser corrigido imediatamente para evitar problemas futuros.

As variáveis da folha de pagamento são de interesse tanto da empresa, quanto do funcionário, que inclusive tem direito a uma cópia mensal. Então seja você um empreendedor ou um funcionário CLT, esse artigo certamente será bastante esclarecedor e servirá como guia para entender de uma vez por todas como funcionam as variáveis na folha de pagamento.

As variáveis na folha de pagamento são componentes do salário que podem ser pagos ou descontados ao longo do tempo. Essas variáveis incluem o salário-base, hora extra, adicional noturno, vale alimentação, vale transporte, adicional de insalubridade ou periculosidade, férias com adicional, décimo terceiro, IRRF, INSS, faltas e atrasos.

Outro ponto importante sobre essas variáveis, é que elas sempre mudam de acordo com cada funcionário, e por isso tudo deve ser descrito na folha de pagamento. Por exemplo:

Durante o mês, um funcionário pode ter feito mais horas extras, outro pode ter faltado por motivos pessoais e um terceiro pode ter trabalhado no turno da noite. É por isso que as variáveis serão calculadas de forma individual para cada um, pois situações diferentes resultam em cálculos diferentes.

Mas para entender cada um desses pontos, vamos dar uma olhada nas variáveis de forma isolada.

O salário-base é o mais simples de entender, pois trata da quantia fixa paga ao funcionário. Esse valor é combinado antes da contratação e é formalizado em contrato. O salário-base deve estar sempre de acordo com o mercado e as condições de trabalho.

Digamos que o salário-base de um funcionário seja de R$ 4.000,00 (quatro mil reais). Podemos dizer que, sem contar as variáveis, esse é o seu salário bruto. Outro ponto importante sobre esse componente é que ele servirá de base para o cálculo de diversas variáveis, como adicional noturno, décimo terceiro e outros.

A hora extra é uma variável que deverá ser paga ao funcionário sempre que ele trabalhar mais do que as horas estabelecidas em seu contrato. Só para ilustrar, vamos usar o exemplo acima de um funcionário com salário de 4 mil.
 
Se dividirmos 4 mil reais por 160 horas trabalhadas por mês (40 horas por semana), chegaremos no valor de R$25,00 por hora. De forma simplificada, se o funcionário recebe R$25,00 por hora e, em um mês trabalhou 10 horas a mais além do combinado, o valor a ser pago pelas horas extras será de R$250,00.

Noturno O adicional noturno é um acréscimo no salário do funcionário que trabalha em horários noturnos, geralmente entre 22h e 5h. O funcionário que desempenhar suas atividades durante esse horário deverá receber um percentual a mais sobre o seu salário e, apesar de variar de acordo com a categoria de trabalho, é comum que o mínimo seja de 20% para trabalhadores urbanos e 25% para trabalhadores rurais.

O vale alimentação ou vale refeição é um benefício concedido ao funcionário com o objetivo de cobrir seus custos de alimentação. Seu valor é definido de comum acordo entre empresa e funcionário, e pode ser pago através de um cartão alimentação/refeição, ou como um acréscimo ao pagamento do funcionário.

O vale transporte é um valor pago ao funcionário, destinado a cobrir os gastos de transporte até o local de trabalho. Assim como o vale alimentação, esse benefício também é definido de comum acordo entre empresa e funcionário e pode ser pago através de um cartão.

Essa variável é paga ao funcionário que, durante o trabalho, está exposto a condições insalubres ou perigosas, como: ruído excessivo, substâncias tóxicas, radiação, entre outros. O adicional é calculado sobre o salário base e varia de acordo com a gravidade da exposição, podendo variar entre 10% e 40%.

As férias são um direito garantido por lei, a todos os trabalhadores. Elas representam um período de descanso remunerado, com acréscimo de um terço do salário. Esse direito tem o objetivo de dar proteção financeira ao funcionário mesmo durante seu período de descanso anual.

O décimo terceiro é um pagamento extra realizado no fim do ano para todos os trabalhadores CLT. Ele corresponde a um salário do trabalhador e é pago em duas parcelas, uma em novembro e outra em dezembro. Vale notar que outras variáveis como adicional noturno também entram no cálculo do décimo terceiro.

O imposto de renda retido na fonte (IRRF) é um desconto mensal feito direto no salário do trabalhador. Seu cálculo é feito de acordo com o salário do trabalhador e segue uma tabela oficial do governo que serve para definir o percentual a ser pago.

O INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) é uma contribuição previdenciária obrigatória. O desconto é feito sobre o salário do trabalhador e seu objetivo é garantir benefícios futuros como aposentadoria, auxílio-doença e etc.

As faltas são um desconto no salário do trabalhador e o seu cálculo usa a mesma lógica da hora extra. Ainda no exemplo de um funcionário com o salário de 4 mil reais, o valor descontado deve ser proporcional às horas em que o funcionário não estava presente. Por exemplo:

Se o funcionário ganha R$25,00 por hora e falta 10 horas no trabalho, naquele mês serão descontados R$250,00. É importante ressaltar que essa variável só trata de faltas não justificadas. Faltas por motivo de doença, por exemplo, não devem ser descontadas do salário do trabalhador.

As variáveis na folha de pagamento são de interesse de ambas as partes e é importante ficar sempre atento para evitar erros. Elas servem para remunerar o funcionário da forma mais justa possível, considerando imprevistos e condições de trabalho individuais.

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